Estamos a terminar o mês de Janeiro, e a fechar o tema das birras!
Existem inúmeros materiais que podem ajudar a diminuir gradualmente os comportamentos de birra mais intensos, entre jogos, contudo algo que é transversal a todos os livros e manuais de apoio a parentalidade e intervenção referem na importância de prevenirmos, apresentando comportamentos mais ajustados as suas necessidades das crianças como as nossas!
Nesse sentido, é importante pensarmos com os pais algumas estratégias que possam ajudar os pais a compreenderem como actuar, contudo antes de tudo necessitamos de avaliar:
- A personalidade dos pais como outros educadores;
- O modelo educativo de cada um dos pais como outros educadores;
- Tipo de comunicação entre os pais e a nível familiar (mesmo em casos de pais separados);
- Disponibilidade de Tempo;
Qualquer plano que seja elaborado com os pais, é importante que possa ter em conta os pontos anteriormente identificados, para ajudarmos a construir algo que seja feito a sua medida com realismo, assertividade e serenidade de forma que gradualmente a mudança de comportamentos possa ocorrer, e os pais se sintam parte do processo.

Podemos sugerir leituras como compreender e posteriormente gerir as birras, contudo no dia a dia, as vezes é díficil os pais conseguirem terem tempo para conciliar tantas solicitações.
Podemos nós enquanto técnicos apresentar algumas sugestões de prevenção:
- Libertar a energia da criança ou crianças;
- As Almofadas – passarem as almofadas entre uma roda familiar, só podendo tocar com as mãos ou pés;
- Wrestling de cócegas – imaginarem uma pequena luta do chão onde só podem fazer cócegas;
- Minuto de palavras feias – um minuto onde podem dizer todas as palavras feias, quando elas começam a surgir com maior frequência;
- O grito libertador – num passeio pela praia ou numa caminhada, ensinarem as crianças a gritar para libertar as zangas ou tensões;
- Dança dos índios – a volta de uma roda, cada um atira “um pau ou pedra” com aquilo que incomoda;
- Saco de boxe – um pequeno saco de boxe onde criança e o adulto se pode zangar, batendo no saco a sua frustração.
- Ajudar a:
- Respirar;
- Descontrair;
É importante que só podemos apresentar algumas ideias semelhantes a estas se percebermos que os pais poderão aderir.
A não adesão dos pais, poderá estar relacionada com:
- Não se identificarem a fazer algo deste género;
- Não saberem como o fazer;
- Ser díficil o toque ou o jogo simbólico;
- Sentirem dificuldades com a representação do ridículo;
- Dificuldades na gestão da espontaneidade por parte das crianças nos jogos;
- Discurso rígido – com muitas regras e pouco espaço para criar/inventar;
- Tempo e sensação de mais tempo numa gestão apertada do dia a dia;
Nesse sentido, poderemos treinar com os pais e as crianças de forma que possam interagir com alguma mediação, ajudando a construírem representações diferentes do usual.
Nestes momentos de avaliação e negociação das estratégias, é importante apresentarmos pontos de segurança, para onde podem recuar os pais, caso não se sintam em segurança ou confortáveis e explicarmos serenamente às crianças.
Gradualmente as crianças sentem-se respeit
adas e os pais também, e passo a passo se consegue pequenas mudanças estruturais.
Rotina dos pais – TEMPO
Será relevante que possamos usar a rotina dos pais e reajustar nas tarefas a presença das crianças, ponderando com os pais a possibilidade de incluir na sua gestão de tempo e das tarefas, a presença das crianças.
É importante num primeiro momento, evitar pedir-se mais tempo quando a rotina é apertada, podendo levar ao surgimento de sentimentos de culpa por não conseguirem fazer.
As vezes a readaptação com a presença das crianças nas tarefas da casa, como a conversa sobre o dia tanto nas viagens para casa ou na preparação das refeições, são tempos que podem fazer maravilhas na relação entre pais e filhos aumentando a intimidade e cumplicidade entre todos, prevenindo o surgimento das birras mais intensas.
Nota: é importante sempre explicar o que se pretende com cada passo, e que o processo poderá levar a algum tempo até ao objectivo final, que passara pelo controle das birras, passando pelo respeito e comunicação das emoções que vão surgindo.
Futuramente iremos falar da educação e do mindfulness e as suas vantagens na prevenção!
Boas práticas!