D.H. Síndrome do Ninho Vazio

Hoje vamos falar sobre o Síndrome do Ninho Vazio.

Origem | O que é

É um síndrome que pode surgir quando os filhos saem de casa para se tornarem mais independentes, seja para estudar fora da cidade, casar ou somente morar sozinho, caracterizado pelo sentimento de tristeza excessiva, desânimo e sentimento de desamparo decorrente da função de cuidador.

Quando começam a sentir o “ninho vazio”?

Muitos dos pais só começam a sentir um “vazio” alguns meses após a ausência dos filhos. O impacto social e emocional depende da intensidade e da força da vinculação dos pais com os filhos e, também, a forma como a vida dos pais estava preenchida com a educação dos filhos, ou seja, quanto mais os pais viviam para tratar dos filhos, maior poderá ser o impacto na vida dos pais.

Geralmente, na altura em que os filhos saem de casa, as pessoas deparam-se com outras mudanças no seu ciclo de vida, tais como aposentadoria ou início da menopausa, o que pode acentuar os sentimentos de depressão e melancolia. 

Sintomas

Os sintomas podem ter início antes da saída dos filhos, sendo acentuados quando a saída é definitiva, e geralmente incluem:

  • Sensação de perda e tristeza;
  • Depressão;
  • Melancolia;
  • Falta de energia e/ou Desmotivação; falta de vontade para socialização;
  • Alterações no sono e/ou na alimentação;
  • Redução da líbido;
  • Choro compulsivo;
  • Raiva;
  • Preocupação excessiva da segurança dos filhos.
  • Culpa – que poderá aparecer com o pensamento que poderia ter aproveitado mais a presença do filho desde a infância.

Intervenção | Como lidar com o síndrome

Esta fase pode ser muito difícil para algumas pessoas, no entanto, existem algumas formas de lidar com a situação.

Procurar acompanhamento terapêutico – os problemas emocionais poderão começar a afetar o quotidiano e a qualidade de vida do indivíduo, sendo necessário um acompanhamento seja este individual ou até mesmo em grupo, com outros pais que estejam a passar a mesma fase, ou também numa abordagem multidisciplinar envolvendo a família, amigos e profissionais de saúde.

Aceitar o momento e manter o contacto com os filhos – por exemplo, ajudar no processo da mudança demonstrando interesse, falar com os filhos como se sentem, visitar, fazer telefonemas ou até combinar um passeio.

Praticar algumas atividades – realizar uma atividade que se tem adiado ou criar um passatempo, aprender algo novo ou até mesmo viajar; reconectar com o cônjuge ou com a comunidade.

É sempre essencial preparar esta mudança e refletir em família como poderá ser processado este processo, de forma a mitigar o sofrimento que possa surgir, deste processo natural ao ser humano.

Elaborado pelo Gabinete de Estágios

Referências Bibliográficas

  • Jornal Público
  • Centrada em Si
  • Sartori, A. C. R., & Zilberman, M. L. (2009). Revisitando o conceito de síndrome do ninho vazio. Archives of Clinical Psychiatry, 36(3), 112–121.