
A técnica da “caixa de pesadelos” é uma abordagem terapêutica utilizada para ajudar crianças, adolescentes e adultos que sofrem de pesadelos recorrentes, especialmente aquelas que enfrentam traumas, abusos ou outras formas de sofrimento psicológico. No decorrer do processo, o utente é incentivado a criar uma caixa usando materiais artísticos, como tinta, argila, colagens e objetos trazidos de casa.
Esta caixa funciona como um recipiente físico onde o utente pode “guardar” as imagens aterrorizantes dos seus pesadelos, permitindo uma externalização segura das suas ansiedades.
No entanto, é raro que um psicólogo trabalhe diretamente com o conteúdo da caixa, que expressa a experiência pessoal do utente com o pesadelo.
O processo envolve a escolha dos materiais, a preparação da construção da “caixa de pesadelos”, e depois a criação, modificação ou brincadeira com a caixa, de forma a tornar o seu conteúdo menos assustador para o utente.
Os materiais necessários para a técnica incluem:
- Caixas de vários tamanhos, com ou sem tampas
- Cola e tubos de cola
- Tinta e pincéis
- Imagens (recortadas, sem palavras)
- Materiais de colagem, como fios, tecidos de diferentes texturas, itens da natureza
- Objetos plásticos, incluindo figuras de pessoas e animais
- Joias e pedras
- Argila
- Objetos trazidos de casa

O processo pode prolongar-se por várias sessões, começando pela escolha dos materiais e pela construção da caixa, seguida pela criação de figuras ou símbolos que representem o pesadelo.
O utente também é encorajado a criar um “protetor” ou símbolo de força que a ajude a enfrentar o pesadelo. Isso permite que o utente experimente uma sensação de controlo sobre os seus medos.
A técnica não só ajuda a reduzir a frequência dos pesadelos, como também melhora o comportamento dos utentes no dia a dia, diminuindo a ansiedade e aumentando as interações sociais positivas.
Seria importante que o terapeuta assegurasse uma forte ligação com o utente antes de iniciar a técnica, garantindo que este se sinta confortável e segura durante todo o processo. Esta abordagem é particularmente eficaz para crianças entre os 6 e os 12 anos, mas pode ser adaptada para utentes mais novos ou mais velhos, usando materiais mais simples e complexos. Embora geralmente eficaz, não é recomendada para utentes com alteração de pensamento ou que estejam a passar por episódios psicóticos.
Boas intervenções.