D.H. Diferença entre Perturbação Bipolar e Perturbação Maníaco-Depressivo

Terminologia e Evolução Histórica

O termo “maníaco-depressivo” era utilizado no passado para descrever a perturbação bipolar, sendo popular até meados do século XX. No entanto, a terminologia foi atualizada para “Perturbação Bipolar” nos manuais de diagnóstico mais recentes, como o DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), refletindo uma compreensão mais precisa e abrangente da condição.

Semelhanças

Ambos os termos descrevem uma condição de saúde mental caracterizada por mudanças extremas de humor, variando entre episódios de euforia ou mania e depressão profunda. Assim, “maníaco-depressivo” e “bipolar” referem-se à mesma condição clínica, mas o termo “bipolar” é considerado mais atual.

Perturbação Bipolar Hoje

Hoje em dia, a perturbação bipolar é classificada em diferentes tipos:

  • Perturbação Bipolar Tipo I: Caracterizado por episódios maníacos que podem ser severos, muitas vezes com necessidade de hospitalização, seguidos de episódios depressivos.
  • Perturbação Bipolar Tipo II: Inclui episódios de hipomania (menos severos que a mania) e episódios de depressão maior.
  • Ciclotimia: Flutuações de humor menos graves, mas persistentes, sem preencher os critérios completos de mania ou depressão.

Alterações no Entendimento Clínico

O termo “maníaco-depressivo” não refletia a diversidade de apresentações clínicas do perturbação bipolar, daí a mudança para uma classificação mais específica e precisa. Além disso, a ideia de “polaridade” (alta e baixa) está mais alinhada com a compreensão atual de oscilações de humor.

Estigma e Atualização da Terminologia

A mudança de “maníaco-depressivo” para “bipolar” também visou reduzir o estigma associado ao termo “mania” e promover um entendimento mais equilibrado da perturbação, focando na regulação do humor e não apenas nos extremos.

Importância da Medicação no Tratamento do Transtorno Bipolar

A medicação é um pilar essencial no tratamento da perturbação bipolar, principalmente devido à necessidade de estabilizar o humor e prevenir episódios futuros de mania ou depressão. Medicamentos como estabilizadores de humor (por exemplo, o lítio), antipsicóticos e, em alguns casos, antidepressivos, podem ser prescritos de acordo com as necessidades específicas de cada paciente.

  • Estabilizadores de humor: São o tratamento mais comum para prevenir episódios maníacos e depressivos. O lítio é um dos medicamentos mais conhecidos e eficazes, ajudando a equilibrar as oscilações de humor.
  • Antipsicóticos: São frequentemente usados durante episódios maníacos intensos ou quando os estabilizadores de humor não são suficientes.
  • Antidepressivos: São utilizados com cautela, pois, em alguns casos, podem desencadear episódios de mania. Por isso, é comum serem prescritos em combinação com estabilizadores de humor.

O Papel Fundamental da Psicoterapia

Embora a medicação seja crucial para estabilizar o humor, o processo terapêutico desempenha um papel igualmente importante no tratamento de longo prazo do transtorno bipolar. A terapia pode auxiliar na compreensão e gestão das flutuações de humor, nas relações interpessoais e na adesão ao tratamento.

Entre as abordagens mais comuns estão:

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda a identificar padrões de pensamento negativos e desenvolver estratégias de gestão emocional para lidar com a perturbação.
  • Psicoeducação: Ensina os pacientes a reconhecer sinais de recaída e a compreender melhor a sua perturbação, promovendo maior auto-gestão.
  • Terapia Familiar: Pode ser essencial para melhorar a comunicação e o suporte entre familiares, ajudando a criar um ambiente mais estável e compreensivo.

Abordagem Integrada

A gestão da perturbação bipolar requer uma abordagem integrada, onde a medicação e a psicoterapia trabalham em conjunto para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A combinação de estabilização do humor e apoio terapêutico é fundamental para o sucesso do tratamento, ajudando os pacientes a viver com mais estabilidade emocional e funcionalidade no dia a dia.

Referências bibliográficas