E se tudo o que aquilo que conhecemos se transforma-se em algo distinto? 

E se a melhor das amizades viesse de onde menos esperamos?

E se descobríssemos o amor, mas sem o poder viver?

E se tivéssemos de ir para uma guerra, parando toda a nossa vida?

E como voltaríamos?

 

Sinopse do Filme

O filme é um drama baseado na história do grande escritor da literatura fantástica, seu nome John Ronald Reuel Tolkien.

Inicia-se com a sua entrada no colégio, quando acaba por conhecer os amigos que criaram uma irmandade da arte. Transformar o mundo pela via da Arte!

Humaniza o ritual de passagem para a fase adulta com as dificuldades de outrora em conseguir um emprego e seguir a sua vocação, ao mesmo tempo que as suas capacidades económicas escasseiam.

O encontro do amor, e uma guerra a desenrolar-se no horizonte.

E vida acontece entre instantes, com os encontros para celebrar a amizade e reflexão da passagem à fase adulta, as despedidas que não acontecem, os pesadelos que visitam todas as noites e a sua transformação em algo simbólico para si e mais tarde para o mundo.

 

Reflexões do Filme

É um filme poderoso que fala sobre a capacidade de transformação, da necessidade de fazer sempre o mais correcto, de seguir uma ética em nome da amizade.

É um filme baseado numa história verídica, de um homem que foi encaminhado para uma guerra, com tantos outros, que viu o mundo a perder sentido nas trincheiras da I Guerra Mundial.

O seu regresso foi marcante, uma vez que a sua mente era invadida pelas memórias da sua adolescência e assombrada pela partida dos companheiros da irmandade num contexto desolador e frio de uma guerra.

A necessidade de dar um significado simbólico às suas perdas, permitiu a elaboração do luto pelos companheiros da sua irmandade!

A construção da história do Senhor dos Anéis, permitiu dar uma dimensão à maldade e ao mal em si mesmo, que Tolkien viu nos campos de batalha, ao mesmo tempo que reflectiu que todo o caminho é uma escolha, contudo muitos estão condicionados devido fardo que carregam.

As perguntas para um momento de reflexão:

• E se tudo o que aquilo que conhecemos se transforma-se em algo distinto?
• E se a melhor das amizades viesse de onde menos esperamos?
• E se descobríssemos o amor, mas poderíamos viver?
• E se tivéssemos de ir para uma guerra, parando toda a nossa vida?
• E como voltaríamos?
• Seriamos capazes de fazer o luto dos que partiram e nem nos podemos despedir?

 

Recomendações

 

Intervenção Individual

Este filme pode ser recomendado em terapia, contudo nunca num primeiro momento, uma vez que aborda várias dimensões da vida de uma forma intensa, e questiona o impacto da guerra e no luto no significado filosófico da vida. Paralelamente questiona o que podemos fazer com a nossa dor!

Recomenda-se que possa ser usado quando a relação está estabelecida e segura.

Num momento, em que a procura de significados simbólicos, possa fazer sentido.

Recomenda-se que possa ser abordado, após a visualização, tendo em conta a carga emocional que o mesmo apresenta.

 

Intervenção em Grupos

É um filme ideal para questionar certezas e incertezas dos adolescentes e jovens adultos!

Podemos abordar as dimensões da:

• Amizade
  • O que fazemos pelos nossos amigos?
• Amor
  • Até onde podemos ir pelo amor que sentimos por alguém?
• Trabalho Vs Sonhos
  • O que estamos dispostos a fazer para conquistar os nossos sonhos?
  • Até onde iremos para concretizar o nosso projecto de vida?
• Perda e dor
  • Como superamos a perda das pessoas que amamos?
  • Como conseguimos viver para além delas?
• Luto
  • Como damos um sentido simbólico a esse período longo?
  • O que aprendemos com ele?

Recomendamos uma assembleia aberta com recurso a lenços, de forma a promover a partilha saudável dos seus episódios de vida.

Afinal de contas, atrás de uma cara sorridente ou desafiadora existem mundos que desconhecemos de todo, e por isso é importante respeitar e esperar as suas partilhas. Partilhar não é um processo fácil para um adolescente ou um jovem adulto, precisamos de acolher e esperar.

E reparem J. R. R. Tolkien precisou de criar um mundo fantástico para dar dimensão aos seus dilemas, reflexões e pensamentos!

Boa visualização!