“Our lives are not our own. We are bound to others, past and present, and by each crime and every kindness, we birth our future.”

David Mitchell, Cloud Atlas.

 

Sinopse do Filme

“As nossas vidas não são nossas. Estamos ligados aos outros, passado e presente, e por cada crime ou cada acto gentil, nós criamos o nosso futuro.“

12 actores que dão corpo a um conjunto variados de personagens ao longo de seis épocas distintas, em que uma personagem é o fio condutor de toda a narrativa.

E três realizadores transformaram numa obra de arte visual que nos permite questionar e repensar várias vezes quem é quem ao longo do filme/puzzle.

 

Reflexões do Filme

É o tipo de filme que apresenta como ponto de partida a vida de uma personagem que se liga a várias outras ao longo da eternidade, onde cada acto gentil ou crime tem impacto nesta e na vida seguinte.

Em cada época, o escritor David Mitchell apresentou a distopia, colocando em causa o papel de cada um dos seres em pactuar ou terminar com a opressão, o desespero, a privação de liberdade, a ausência de respeito pela liberdade e pela vida do outro.

A linha que separa o bem e o mal é ténue e frágil, podendo pender para um dos lados, consoante as escolhas que fazemos.

É um filme que nos prende desde o inicio, quando compreendemos que uma personagem liga todas as histórias e as personagens, repetindo um padrão que possa levar à escolha da atitude mais correcta entre as opções, mesmo que isso coloque em causa a sua vida.

 

Recomendações

 

Intervenção individual

É o tipo de filme que podemos sugerir numa face mais avançada do acompanhamento individual, como também numa vertente de desenvolvimento pessoal.

Devido às suas características, é sugerido que possa ser visualizado e posteriormente analisado em sessão, uma vez que pode ecoar emocionalmente no utente a situação da personagem principal como também as épocas socialmente retratadas.

As estratégias sugeridas remetem-se para:

• Localizar no tempo e no espaço da história, qual delas teve um maior impacto no utente;
• Explorar quais as personagens que chocaram com os seus valores, crenças e ideias;
• Naturalizar as emoções e as comparações com a sua vida que possam ser realizadas nestes momentos.

 

Intervenção em Grupo

É um filme que se recomenda num contexto de ciências sociais, uma vez que apresenta a fragilidade do ser humano tanto na relação social com o outro, como inserido numa sociedade hierárquica corrompida pelo dinheiro e poder.

As estratégias para permitir a discussão e o debate de ideias:

• Criar uma assembleia com pequenos grupos, cada um correspondendo a uma época.
• Apresentarem os dilemas morais e sociais dessa época;
• Debaterem as semelhanças entre elas ao mesmo tempo que tentam criar o fio condutor das personagens que acompanham a principal.
• Lançar dúvidas sobre as certezas que possam ter nos seus argumentos.

Permitir que possam chegar a conclusões inconclusivas!

Afinal de contas, alguém pode sempre perguntar: There is a natural order to this world, and those who try to upend it do not fare well. This movement will never survive; if you join them, you and your entire family will be shunned. At best, you will exist a pariah to be spat at and beaten-at worst, to be lynched or crucified. And for what? For what? No matter what you do it will never amount to anything more than a single drop in a limitless ocean.

E podemos sempre responder: My life amounts to no more than one drop in a limitless ocean. Yet what is any ocean, but a multitude of drops?

 

Boa visualização!