D.H. – A doença de Parkinson

A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico progressivo, degenerativo e do movimento e desenvolve-se devido a uma perda de neurónios no sistema nervoso central. É a segunda doença neurodegenerativa crónica mais comum, e apesar de ser mais frequente em idades superiores a 60 anos, tem sido crescente o número de jovens diagnosticados com a mesma.

Desenvolve-se devido a uma perda de neurónios no sistema nervoso central, mais especificamente no mesencéfalo, na região denominada de substância nigra, a qual é responsável pela produção e libertação do neurotransmissor dopamina, a qual tem como principal função o controlo dos movimentos. É a segunda doença neurodegenerativa crónica mais comum com sintomas heterogéneos e de causa idiopática. Além dos sintomas motores, os pacientes demonstram possuir uma série de sintomas a nível neuropsiquiátrico, tais como alterações do sono, comprometimento cognitivo e quadros de ansiedade e depressão.


Este tipo de sintomatologia de ansiedade e depressão tem uma prevalência de 40% a 50% neste tipo de pacientes, tendo uma associação com o declínio a nível físico e cognitivo, dependência de ajuda externa, o risco de demência e mortalidade, taxa de recaída, custos de saúde elevados, baixa adesão ao tratamento, entre outros fatores.

Sintomas

De acordo com a progressão da doença, torna-se cada vez mais difícil realizar tarefas básicas diárias, tais como vestir, alimentar-se sozinho, tomar banho, entre outras. Deste modo, é necessário conhecer os sintomas principais que a doença apresenta, de modo a estar alerta para o aparecimento dos mesmos. Neste sentido, os sintomas principais da
Doença de Parkinson envolvem:

  • Rigidez (rigidez ou inflexibilidade dos membros ou articulações) – a rigidez muscular, na Doença de Parkinson, inicia-se frequentemente nas pernas e pescoço. Os músculos tornam-se tensos e contraídos, podendo sentir dor ou rigidez.
  • Tremor (agitação rítmica e involuntária e rítmica de um membro, cabeça ou corpo inteiro) – o sintoma mais comum – o tremor, muitas vezes inicia-se com um tremor ocasional num dedo que mais tarde, estende-se para o braço todo. O tremor pode afetar apenas uma parte ou lado do corpo, principalmente nas fases iniciais da doença. Contudo, nem todas as pessoas apresentam tremor.
  • Instabilidade postural (dificuldade de equilíbrio e coordenação) – alguém com instabilidade postural pode ter uma posição inclinada, com a cabeça inclinada e ombros caídos. Pode vir-se a desenvolver um encurvamento para a frente ou para trás e podem sofrer quedas com ferimentos.
  • Bradicinesia ou acinesia (lentidão de movimentos ou ausência do mesmo) este é um dos sintomas clássicos da doença. Ao longo do tempo, a pessoa pode desenvolver uma postura inclinada e uma caminhada lenta e arrastada. Eventualmente podem perder a capacidade de iniciar e de manter o movimento. Depois de vários anos, podem experimentar a acinesia e perder totalmente os movimentos do corpo.

Com o tratamento adequado e pequenas alterações na rotina, muitos pacientes conseguem viver bem e exercer as suas atividades normalmente, inclusive as profissionais. Já que a ciência evoluiu ao ponto de permitir que os sintomas sejam controlados, prolongando as oportunidades de conviver socialmente, manter a independência e continuar produtivos.

No estágio inicial, a pessoa continua apta a conduzir, andar, escrever, alimentar-se, vestir-se e fazer a sua higiene pessoal. Neste sentido, amigos e familiares devem estar cientes de que é natural que estas pessoas reduzam o ritmo das suas atividades, como se levantar-se de uma cadeira, pegar um objeto ou fazer uma refeição. Paciência e
compreensão são, portanto, parte do cuidado.

O tremor, embora, geralmente, não comprometa a funcionalidade, pode levar ao isolamento social, já que o paciente teme o julgamento dos outros e acaba por evitar locais públicos. Consequentemente, podem surgir quadros de depressão e ansiedade, o que requer auxílio de um psicoterapeuta.

A nível clínico, a especialidade que orienta o acompanhamento e tratamento é o neurologista. Poderá encaminhá-lo a outros profissionais, como o fisioterapeuta, por
exemplo, que trabalha as funções de marcha (caminhada) e equilíbrio. O médico
também é encarregue de fazer avaliações periódicas, orientando sobre as tarefas que a
pessoa tem ou não condições de realizar.

No entanto, um dos principais papeis do neurologista é o de monitorizar o uso de
medicamentos, que deve ser seguido à risca.

Os especialistas destacam, ainda, que existe uma opção de tratamento cirúrgico, a estimulação cerebral profunda, e que, dependendo das características da doença, ela pode trazer resultados bastante positivos.
O paciente necessita de colaborar, potenciando o dormir bem e praticar atividade física, em intensidade moderada, durante meia hora — pelo menos, três vezes por semana. Pode ser caminhada, natação ou ciclismo, por exemplo. Contudo, é necessário o aval prévio de um cardiologista.

Com estas orientações em mente, existe uma possibilidade de perspetivas de uma vida longa e saudável, dentro do possível. Será importante lidar com o Parkinson de uma forma mais otimista e resiliente — tratando-se da sua própria família ou de qualquer pessoa com quem conviva socialmente.

Elaborado pelo gabinete de estágios.