Quem já ouviu dizer que os gagos a cantar não gaguejam?
É verdade, porque a parte do cérebro utilizada no canto é diferente do da fala. “O cérebro tem dois sistemas pré-motores: o medial e o lateral. O primeiro fica activo quando a pessoa fala e o outro quando ela produz sons mais ritmados” então mesmo que haja um problema na fala, o mesmo pode não existir associado ao canto (explica Cristiane Moço Canhetti de Oliveira, fonoaudióloga).
Na gaguez existem algumas estratégias que são utilizadas e a que vos vamos dar a conhecer hoje são as chamadas técnicas de facilitação da gaguez, com base nas quais é pedido à criança para prolongar a 1ª silaba de cada palavra, cuja produção é difícil. Desta forma, vamos “esticar” essa mesma palavra, dando-lhe entoação/ritmo para ser mais fácil a sua produção.
Sabendo quais os fonemas (sons) e consequentemente palavras em que esse bloqueio ocorre, poderemos treiná-los com esta estratégia. Contudo, deverão ser respeitados os diferentes níveis de dificuldade (só passando para o seguinte após ter consolidado o anterior):
- Palavras curtas (monossílabas);
- Palavras longas (polissílabas);
- Frases curtas;
- Frases longas;
- Discurso espontâneo.
Este treino pode ser feito associado à leitura, caso a criança já o consiga fazer, caso contrário com imagens ou pela repetição da informação dada pela terapeuta.
É importante salientar que sempre que haja alterações na fluência da fala deverá procurar um Terapeuta da Fala, que avalie a situação especifica do paciente, aconselhe e trace um plano de intervenção individual, se for o caso.
É de realçar ainda o papel da família, pois estas estratégias só se tornam consistentes se forem realizadas em todos os contextos.
Boas leituras!